Quem mora no 1º andar, com certeza já se irritou por não conseguir ler a tempo certos comunicados do elevador. Quase sempre são textos grandes, prolixos, que não vão direto ao ponto.
Foi por entender que a comunicação objetiva e clara é fundamental para o bom funcionamento de condomínios, que a especialista Rosely Schwartz me convidou para dar aulas sobre linguagem simples, como parte do seu curso presencial de Administração de Condomínios e Síndico Profissional.
“Em 2009, resolvi colocar um módulo com sete horas sobre comunicação no curso, por perceber a falta de clareza nos comunicados, nas atas, além de uma dificuldade verbal para se expressar. Para se ter uma ideia, já teve síndica que ia ser processada por um ruído na comunicação. Clara consegue, com muita maestria, fazer com que os síndicos e administradores repensem sua conduta, além de ensiná-los como escrever melhor”, conta Rosely, autora do livro “Revolucionando o Condomínio”.
Vanilda de Carvalho é síndica profissional há dez anos e, atualmente, administra oito condomínios em São Paulo capital. “A principal mensagem que fica é que devemos usar os recursos da língua de maneira simples e clara, elaborar textos curtos e objetivos. Pensar antes de escrever, reler, usar termos e palavras que eu conheça realmente o significado”, conta.
Vanilda também acrescentou mais uma nova percepção à sua experiência profissional: “percebi que textos longos não esclarecem e que vários assuntos no mesmo comunicado geram confusão, porque o leitor não consegue assimilar todo o conteúdo”, diz.
Uma nova forma de pensar
Carlos Abreu é síndico profissional e administra três condomínios na cidade de São Paulo. Ele também participou do curso. “Pouco tempo depois eu já recebi elogio dos moradores comentando a nova redação dos comunicados”, afirma.
Para ele, houve uma mudança essencial nesse processo: “eu saí do excesso de formalidade e, até mesmo, de uma subserviência cultural, como Clara nos ensinou. Acreditava que comunicando com formalidade, polidez e até mesmo usando algumas palavras e expressões quase eruditas, passaria a ideia de conhecimento e diferenciação de serviços. Uma tolice que me dei conta durante o curso”.
Carlos aprendeu que não adianta pegar textos prontos da internet e só mudar o nome do condomínio antes de enviar. “O pior é que eu achava que sabia. Quando um morador comentou que sentia dificuldade em entender o que estava no elevador, a minha ficha caiu. Eu não mandava a mensagem que queria e com o curso pude entender que tem que ter método”, pontua.
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