Você se sente pisando em ovos na hora de dar uma ordem por escrito, especialmente para pessoas que ocupam um lugar superior ao seu, no trabalho ou na sociedade? A maioria dos brasileiros sim! É uma questão cultural.
Não gostamos de dar e nem de receber ordens, ainda mais se for por escrito. Muitas vezes, o medo estimula a nossa criatividade para fugirmos do Imperativo, o modo verbal que dá ordens e comandos, faz pedidos, dá conselhos, dita instruções, solicita, convida.
Medo de parecer arrogante e acabar prejudicando a própria imagem, medo de azedar o clima no ambiente de trabalho, medo de perder o emprego ou posição social.
Mas apesar da cara de mandão, o Imperativo traz os melhores resultados à sua carreira profissional., porque ele convence, motiva e chama o seu leitor para ação. A dica é saber usá-lo com equilíbrio e respeito para não se confundir com autoritarismo.
O imperativo faz a pessoa prestar mais atenção naquilo que ela lê. É a melhor forma de passar a mensagem com firmeza, quando se trata de um comando.
Por exemplo, use imperativo, para definir um prazo, o foco da mensagem:
1)
Vago: Bom dia, Ana. Nosso time vai se reunir amanhã, às 17h, aqui em São Paulo. A apresentação do plano deve ser finalizada ainda hoje.
Exato: Bom dia, Ana! Por favor, finalize a apresentação ainda hoje, pois nosso time vai se reunir amanhã, às 17h, aqui em São Paulo.
“… deve ser finalizada” é ação sem dono, o truque perigoso da voz passiva para fugir do imperativo. O risco é a Ana ficar confusa e não seguir a ordem, não finalizar o plano antes da reunião. Já, o imperativo “finalize”, demonstra, com precisão, uma ordem, direta para a leitora Ana.
Agora, imagine uma campanha de saúde que evitasse o imperativo:
2)
Vago: Pedimos a gentileza de cobrir a caixa d’água para combater a dengue.
Exato: Cubra caixas d’água, vasilhas e pneus para combater a dengue.
“cobrir” é o verbo no infinitivo; ação sem sujeito. É outra perigosa tática para fugir do imperativo, pois falta comando. O verbo não estimula o leitor a agir.
Diferente do verbo “cubra”, no imperativo, que induz o leitor a agir por algum motivo forte. Chama o leitor para a importante ação de prevenir a dengue.
Ou quando você dá um comando disfarçado
3)
Vago: O melhor é usar uma roupa mais formal nesse evento.
Exato: Por favor, use roupa formal nesse evento.
Como vimos, o imperativo é o modo verbal imprescindível para evitar falhas na comunicação, se o seu objetivo é pedir, aconselhar, dar instruções, solicitar, ou convidar.
Tire o melhor proveito do imperativo: a voz que comanda sem ferir.
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Até o próximo aprendizado!
Um abraço da Clara